No universo encantado de Orlando, nem tudo são castelos e fogos de artifício — e é aí que entra o trabalho essencial de quem transforma sonhos em experiências inesquecíveis.
Nesta matéria, conversamos com Mariana Seno, consultora de viagens e especialista em guiamento nos parques temáticos, que abre o jogo sobre os bastidores dessa profissão cada vez mais procurada por brasileiros nos EUA.
Com olhar afiado, muita vivência e zero espaço para “jeitinho”, Mariana nos mostra que viver Disney é mais do que paixão — é estratégia, preparação e cuidado com cada detalhe.
Mari, muita gente acha que basta “gostar da Disney” para ser consultora de viagens. O que ninguém te contou sobre a profissão — e que só vivendo você descobriu?
Mais que gostar de Disney é necessário viver Disney. Vivendo é que descobrimos segredos escondidos, experiências exclusivas e principalmente a lidar e solucionar os problemas que podem vir a surgir.
Roteiros, reservas, filas virtuais, mudanças nos apps… o que realmente acontece nos bastidores de uma consultoria bem feita que o cliente nem imagina?
Conhecimento, insistência, atenção e muita paciência. Entender o perfil e necessidades de cada grupo / família, para que cada experiência, além de mágica, seja única.otar, pois a naturalidade como foi resolvido foi muito simples.
Guiar clientes remotamente nos parques parece simples — mas o que essa experiência te ensinou sobre lidar com imprevistos e manter a calma à distância?
Que só quem vive dentro dos parques e conhece cada pedacinho, consegue lidar de forma leve, rápida e eficiente aos imprevistos, que na maioria das vezes o cliente nem vai notar, pois a naturalidade como foi resolvido foi muito simples.


Num mercado onde todo mundo se posiciona como “especialista em Orlando”, o que realmente diferencia um serviço profissional de um amador?
Infelizmente não é tão fácil assim, ainda mais pra um viajante de primeira viagem. Sabe aquela expressão, “quando você não tem nada, qualquer coisa está bom”? Acontece um pouco disso. Então pra alguém que nunca veio e não tem tanto conhecimento do que é mais concorrido no parque, onde fica cada atração, pra ele será muito difícil notar essa “diferença”. Mas sem dúvida o que diferencia um amador de um profissional é a experiência do cliente, o bom aproveitamento do parque, no menor espaço de tempo. Além da agilidade e e eficiência com que os problemas são resolvidos.
Você lida diariamente com o “sonho da Disney”. Como equilibrar o encanto com as expectativas (às vezes irreais) dos viajantes?
Levando informação. Expectativas irreais só existem por falta de conhecimento.
Já recusou algum cliente por entender que o perfil não encaixava no seu serviço? Como lidar com esse tipo de decisão de forma ética?
Recusar cliente não. Mas por diversas vezes me posicionei contrária a alternativas trazidas por clientes usando o famoso “jeitinho brasileiro”.
O que você diria para quem está pensando em transformar a consultoria de viagem em um negócio real, e não apenas um plano B?
Mergulhe nos parques. Lide com a viagem do seu cliente como se fosse sua.
E pra fechar: qual o conselho mais sincero que você daria pra quem vai pra Orlando com crianças pela primeira vez — e quer aproveitar sem surtar?
Assessoria e fura fila não é gasto, é investimento. Ter alguém pra cuidar de tudo, pra que você apenas vá ao parque pra curtir e se divertir com sua família, sem filas e sem preocupação será o melhor investimento da sua viagem. Pq dinheiro a gente recupera, o tempo perdido ou desperdiçado não.