Nos Estados Unidos, as eleições presidenciais têm um formato único e muitas vezes confuso para os brasileiros. O sistema é baseado em um modelo de votação indireta, conhecido como Colégio Eleitoral (Electoral College), criado em 1787.
Quando e Como Acontecem as Eleições
As eleições para presidente nos EUA acontecem a cada quatro anos, sempre na primeira terça-feira de novembro. Em 2024, por exemplo, as eleições serão realizadas no dia 5 de novembro. Nesse dia, milhões de americanos vão às urnas para escolher seu próximo presidente. Contudo, o vencedor não é decidido pelo voto popular (soma de todos os votos dos eleitores), mas pelo Colégio Eleitoral.
Partidos Políticos: Democratas e Republicanos
Diferente do Brasil, onde existem vários partidos políticos, os Estados Unidos têm um sistema bipartidário dominado por dois grandes partidos:
- Partido Democrata – Os democratas historicamente promovem políticas sociais progressistas, focando em expandir o acesso à saúde, assegurar direitos civis, combater as mudanças climáticas e ampliar a presença do governo na economia. Figuras marcantes do partido incluem Franklin D. Roosevelt, John F. Kennedy e Barack Obama e recentemente, Kamala Harris.
- Partido Republicano – Ao contrário, os republicanos defendem políticas de livre mercado (Free Market), priorizam valores familiares e tradicionais, e favorecem um governo com menos intervenção governamental (Limited Government). Entre os presidentes republicanos de destaque estão Thomas Jefferson, Abraham Lincoln, Ronald Reagan e, mais recentemente, Donald Trump.
Além desses partidos, existem também outros partidos menores, como o Partido Libertário e o Partido Verde, mas eles raramente conseguem um número significativo de votos nas eleições presidenciais.
O Colégio Eleitoral: O Que É e Como Funciona
O Colégio Eleitoral é composto por 538 eleitores (ou “delegados”) distribuídos entre os 50 estados e o Distrito de Colúmbia, de acordo com a população de cada estado. Cada estado tem um número de votos eleitorais igual ao seu número de representantes na Câmara dos Deputados (baseado na população) mais dois senadores (um padrão fixo para todos os estados).
Para ganhar a presidência, um candidato precisa obter a maioria dos votos eleitorais, ou seja, 270 de 538. A maioria dos estados adota o sistema “winner-takes-all” (o vencedor leva tudo), em que o candidato que ganhar a maioria dos votos populares naquele estado leva todos os votos eleitorais do estado, com exceção de Maine e Nebraska, que dividem os votos eleitorais de forma proporcional.
A Origem do Colégio Eleitoral e os Fundamentos dos “Founding Fathers”
Quando os Estados Unidos começaram a definir seu sistema de governo, as ideias e experiências da Inglaterra tiveram influência, mas os fundadores optaram por um caminho diferente.
Os “Founding Fathers” queriam criar um sistema único que equilibrasse as vozes dos estados e do povo, evitando uma concentração de poder. Como resultado, eles implementaram o Colégio Eleitoral, um sistema de eleição indireta que atendia a diversas preocupações da época:
- Equilíbrio entre Estados Pequenos e Grandes
- Evitar o Poder Concentrado
- Proteção Contra a “Tirania da Maioria”
- Federalismo e Representação
O Papel dos Estados “Indecisos”
Nas eleições, alguns estados são considerados “indecisos” ou “swing states”, estados que ora votam em candidatos democratas, ora em republicanos. Entre os estados indecisos mais importantes estão Flórida, Pensilvânia, e Michigan. Como esses estados podem decidir o resultado, os candidatos tendem a investir muito tempo e recursos em suas campanhas nesses locais.
Conclusão
Entender o sistema eleitoral dos Estados Unidos exige uma compreensão das particularidades históricas e culturais do país. Os “Founding Fathers” criaram um sistema que busca equilibrar o poder entre os estados e limitar a possibilidade de uma “tirania da maioria”. Ainda assim, o Colégio Eleitoral é motivo de intenso debate e mas segue sendo um elemento essencial do sistema democrático norte-americano.